quinta-feira, 30 de abril de 2009

Rua Garibaldi

Os Jacarandás da Rua Garibaldi, mostram bem as quatro estações do ano: no verão, muito verde nos protege dos raios solares, no outono caem as folhas para que no inverno o sol passe tímido entre elas, novembro pinta a rua de roxo para lembrar os que se foram. Aqui na Garibaldi as árvores são bem- vindas, nas calçadas, em largos canteiros suas raízes se alimentam e podem respirar. Não há necessidade das raízes levantarem as calçadas, estas estão felizes no solo e não precisam sair agonizando... Pedindo socorro... Aqui trepadeira, bolões de ouro e azaléias convivem harmoniosamente. Aprendemos com elas o que é respeito. É comprovado que a evolução do homem se mede pelo respeito e convívio dele com a natureza... O que olha para uma planta e quer logo arrancar, ou dá pontapé nos animais ainda são muito primitivos e de difícil convívio. No túnel da Garibaldi até os animais tem vez e lugar: os pássaros cantam felizes neste seu habitat natural. Ao descer ou subir esta rua, damos sempre uma paradinha na calçada do Solar Independência ou no Edifício Guilherme Tell, ali respiramos o ar puro, olhamos as flores... Ouvimos os pássaros e continuamos nosso caminho... Já abastecemos nossas baterias.

Os Túneis Verdes da Independência

Gonçalo de Carvalho.

Quem ouve a doce e delicada voz de Ângela Diel, em sua Casa da Música na Gonçalo de Carvalho, não acredita que foi esta mesma voz, que um dia, juntamente com os moradores, se levantou forte pedindo para salvar árvores... E acabaram salvando não só as árvores, mas uma rua. Hoje esta rua, abriga no casario de n°20, a Casa de Música e lá não só se respira um ar saudável, mas se consegue esverdear os olhos neste maravilhoso túnel de folhas, e ainda, ouvir o som das vozes misturadas com as dos pássaros... Esta rua foi a primeira rua tombada e com isto abriu novos caminhos a tantas outras que agonizam.

Agradecimentos

Movimento “Reviver Independência”
O Movimento “Reviver Independência” agradece a ZH Moinhos e a jornalista Mirella Nascimento, por sua sensibilidade de entender o objetivo do nosso movimento, colocando na capa desse encarte, nosso projeto. A repercussão foi muito grande. Através deste artigo os moradores das ruas envolvidas, Av. Independência, Rua Garibaldi e Rua Santo Antônio tiveram a oportunidade de saber do nosso trabalho e que não estamos sós nesta luta:

Museu de História da Medicina

O Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul, localizado no Antigo prédio da Beneficência Portuguesa, apóia o movimento “Reviver Independência”, através de seu diretor, o Historiador Éverton Quevedo, que tem sido presença atuante nas reuniões, na tentativa de revitalizar a Independência. O MUHM colabora com o movimento colocando suas salas a disposição para reuniões, e gentilmente convida a todos os moradores da Independência e adjacências, para o Sarau Lírico, todas as primeiras quintas feiras de cada mês às 18 horas na sala Rita Lobato. A iniciativa conta com o apoio da Associação Gaúcha de Cultura Musical, e o mantenedor do MUHM, o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul. O Sarau, do dia dois de abril, com a presença do barítono Carlos Rodriguez, acompanhado pelo pianista Leandro Faber, teve lotação esgotada. Todos os 50 lugares disponibilizados foram preenchidos, e ainda houve quem assistisse em pé. Isto mostra, mais uma vez, que o caminho para a revitalização da cidade é a Cultura.
Movimento “Reviver Independência” agradece ao MUHM



CASA DA MÚSICA


Dia 22 de abril foi noite de festa na Gonçalo da Carvalho, quando, Ângela Diel abriu as portas de sua casa, para um concerto com o duo Javier Balbinder, no oboé e Fernando Cosdella na espinetta em obras de Bach. A casa de influencia art-déco e foi construída em 1931. Sua antiga proprietária esteve presente e foi aplaudida por sua sensibilidade em conservar tão bem esta residência. A casa destina-se a ensaios, recitais, cursos e palestras. No dia da apresentação estava lotada com 50 lugares sentados e mais os que assistiram em pé. O sobrado da Gonçalo de Carvalho através da sua anfitriã recepcionou a todos com coquetel e nós brindamos ao sucesso deste empreendimento.
Parabéns e obrigado Ângela. Vamos resistir!

Exemplo de Revitalização e trabalho



O Restaurante Banchetti apóia o Movimento pela Revitalização da Independência e adjacências. Este é um exemplo de que, quando se trabalha, tudo se consegue. Houve um tempo que pessoas não podiam transitar na calçada da Av. Cristovão Colombo n°185. Era tomada por moradores de rua que depositavam sob a marquise desse edifício, colchões, sofás, carrinhos de coletas, animais e muito lixo. A situação era desanimadora, parecia que nada poderia ser feito. Mas o espírito empreendedor do Sr Amir Tenedini transformou o térreo desse edifício em um belo restaurante. Ainda hoje o Sr Amir continua na lutar para limpar e embelezar a Cristovão e gentilmente se uniu ao nosso movimento, com idéias e colocando o seu restaurante a disposição para futuras reuniões.
É deste tipo de cidadão que a cidade precisa.

domingo, 26 de abril de 2009

A Triste Praça De Hoje

Onde estão as flores?

Onde estão as fontes?

Os afluentes secaram...





A mulher foi pichada...







O guerreiro enferrujou...









Deveriam escrever: Nada vale!











O monumento, sem significado...













Ou com o significado por trás...















O que se conserva é o gradeado, como nós...

















Nem tanto assim, como nós...



















Homenagem a quem??
Praça de quem???











Realidade atual

A praça Dom Sebastião - atualmente

Esta praça, como conta sua história, deveria ser linda, florida, com cascatas, estátuas e chafarizes com águas coloridas e diversos monumentos importantes.
Infelizmente não é isto que vemos ao chegar a esta praça: todas quatro estátuas já foram vandalizadas repetidas vezes e estão em mau estado de conservação, (apesar de já terem sido restauradas), o chafariz está seco, as esculturas de Chico Stockinger completamente pichadas e em péssimo estado de conservação, os bancos são camas dos sem teto e o playground só serve a eles, para “guardar” os seus pertences. Apesar da beleza da praça, é perigoso visitá-la, pois até os alunos do Rosário, com toda a vigilância, são assaltados.
Um turista que ali chegar com uma máquina fotográfica, fatalmente será furtado. E é nesta praça, devido a toda sua história, que tentamos começar nosso processo de revitalização da história de Porto Alegre, mas vendo o descaso compreendemos que nem todos pensam assim... Se não tivermos uma história, seremos ninguém... Mas por enquanto nossa história está como esta praça: sem raízes, como estas árvores em canteiros secos; em placas que depredadas ou roubadas, como nossa vida atual; como placas de homenagens que atualmente nada contam além da ignorância; em monumentos que nada valem, pois não são respeitados nem os homenageados, nem nossos artistas, e principalmente perigosa pois assaltantes ali se encontram a espreita dos descuidados, perigosas pois a céu aberto eles fazem suas necessidades nos passeios e um passo errado é um sapato sujo e bem sujo... Vendo a história de Dom Sebastião homem forte e vencedor, nos inspiramos para este trabalho, mas se a idéia é de que nada vale a pena vamos trocar o nome da praça, pois ele não merece esta humilhação.

Imagem de Dom Sebastião

Dom Sebastião Dias Laranjeira

Conheça Dom Sebastião Dias Laranjeira

Dom Sebastião Dias Laranjeira
Nasceu em 20 de janeiro de 1822, em Ubamonas, freguesia de Palmas de Monte Alto, na Bahia. Seus pais, para dar ao filho uma boa educação, o enviaram a cidade de Cachoeira, a margem do Rio Paraguassú, a fim de ali começar seus estudos.
Logo ingressou no Seminário da Bahia, onde aos 23 anos de idade saiu ordenado sacerdote. Estudou em Roma e Paris. Em 1860, cinco dias antes de receber a láurea do doutorado, foi nomeado Bispo de São Pedro do Rio Grande do Sul.
A chegada de Dom Sebastião no Rio Grande do Sul foi cercada de festa, começando pela cidade de Rio Grande. Em Porto Alegre chegou, aos 28 de julho de 1861, cercado pelas autoridades e pelo povo. O primeiro ato do bispo foi rezar diante do túmulo de seu antecessor, Dom Feliciano.
Dom Sebastião era Lazarista, isto é, da Congregação Vicentina fundada junto à igreja de São Lázaro, em Paris, cujo carisma era precisamente a formação sacerdotal.
Dom Sebastião se lançou inteiramente na construção do novo seminário. Era o grande prédio que hoje ainda serve de Cúria e Residência Episcopal, em Porto Alegre, na rua Espírito Santo.
O Bispo Laranjeira tinha um caráter firme, decidido e corajoso. Sua vida foi pautada por decisões e posicionamentos sempre claros. Destacou-se muito no combate à escravatura. Embora sempre muito doente, estava convicto de que não partiria sem ver a libertação dos escravos. Pois, foi o que aconteceu, noventa dias depois da abolição da escravatura, no dia 13 de agosto de 1888, Dom Sebastião entregava sua alma a Deus. Morreu com certa fama de santidade.
Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Sebasti%C3%A3o_Dias_Laranjeira"

A Beleza da Deusa do Rio Cai

Esta estátua representa o Rio Cai despejando suas águas no Guaiba

As Estatuas Já Foram Assim

Cada estátua despejando suas águas para formar o Guaiba

Este era o Primeiro Projeto




Praça Dom Sebastião

A Praça Dom Sebastião é uma praça na cidade de Poto Alegre, RS. Seus limites são ao norte a avenida Independência, a leste a travessa Dom Sebastião, ao sul a rua Irmão José Otão e a oeste a rua Sarmento Leite.
A primeira referência ao local se encontra em 1847 no requerimento da Irmandade de Nossa Senhora da Conceição pedindo que fosse fixado o alinhamento da sua futura igreja, e ao mesmo tempo solicitava que fosse demarcada a praça que já dizia existir entre as ruas do Barbosa (Barros Cassal) e da Brigadeira (avenida Conceição).
Com a construção da Igreja da Conceição a partir de1851, o logradouro passou a ser conhecido como Praça da Conceição, nome reconhecido oficialmente em 20 de outubro de 1857. Em 1863 Antônio Mariante ofereceu-se para arborizá-la, plantando paineiras. Em 28 de outubro de 1884 teve seu nome alterado para Praça Dom Sebastião.
Em 1935 a Praça foi totalmente remodelada, sendo ajardinada em um padrão geométrico e recebendo uma fonte luminosa e cascatas artificiais, onde se colocaram as quatro estátuas de mármore de origem portuguesa personificando os grandes rios da Bacia do Guaíba: Cahy, Gravatahy, Sino e Jacuhy (conforme a grafia antiga na sua base). Na década de 90 as cascatas foram desmontadas e aterradas, e as estátuas foram reinstaladas e um novo chafariz luminoso criado no centro da Praça. Em seu entorno se encontram alguns importantes prédios históricos da capital gaúcha, como a Igreja da Conceição, a Beneficência Portuguesa e o Colégio do Rosário.
Adotada pelo Colégio Rosário, a Praça Dom Sebastião ocupa uma área 4.760m² e conta com bancos, espelho d’água, lixeiras e playground, e ainda o Painel da Conceição, do escultor Chico Stockinger, e pelos monumentos em homenagem a Fernando Ferrari, ao Irmão Weibert, aos irmãos maristas que fundaram o Colégio Rosário e ao Sesqui Centenário da Independência.

Referências
Franco, Sérgio da Costa. Guia Histórico de Porto Alegre. Porto Alegre: Editora da Universidade (UFRGS) / Prefeitura Municipal, 1988.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Praça Dom Sebastião


Praça Dom Sebastião
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A Praça Dom Sebastião é uma praça na cidade de Porto Alegre, RS. Seus limites são ao norte a avenida Independência, a leste a travessa Dom Sebastião, ao sul a rua Irmão José Otão e a oeste a rua Sarmento Leite. Foi assim denominada em homenagem ao Bispo diocesano Dom Sebastião Dias Laranjeira.

A primeira referência ao local se encontra em 1847 no requerimento da Irmandade de Nossa Senhora da Conceição pedindo que fosse fixado o alinhamento da sua futura igreja, e ao mesmo tempo solicitava que fosse demarcada a praça que já dizia existir entre as ruas do Barbosa (Barros Cassal) e da Brigadeira (avenida Conceição).
Com a construção da Igreja da Conceição a partir de 1851, o logradouro passou a ser conhecido como Praça da Conceição, nome reconhecido oficialmente em 20 de outubro de 1857. Em 1863 Antônio Mariante ofereceu-se para arborizá-la, plantando paineiras, e em 28 de outubro de 1884 teve seu nome alterado para Praça Dom Sebastião.

Em 1889 a praça foi nivelada e ajardinada, em 1935 a Praça foi totalmente remodelada, sendo ajardinada em um padrão geométrico e recebendo uma fonte luminosa e cascatas artificiais, onde se colocaram as quatro estátuas de mármore de origem portuguesa remanescentes das cinco que, em tempos antigos, adornavam a Praça da Matriz, Na esquina das ruas Sarmento Leite e Irmão José Otão foi instalado em tempos recentes um grande monumento em concreto, com painéis de ferro vazado de autoria do escultor Francisco Stockinger, com temática regionalista estilizada. Na década de 90 as cascatas foram desmontadas e aterradas, e as estátuas foram reinstaladas em um novo chafariz luminoso criado no centro da Praça.
Em seu entorno se encontram alguns importantes prédios históricos da capital gaúcha, como a Igreja da Conceição e a Beneficência Portuguesa, e o Colégio do Rosário.

domingo, 19 de abril de 2009

Projeto e Reivindicações


O projeto Reviver Independência

> Abrangência: da Igreja Nossa Senhora da Conceição até a Praça Júlio de Castilhos, englobando a Rua Garibaldi e a Rua Santo Antônio.

AS PRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES
> Segurança: um sistema com ronda diária, em horários e locais diferenciados ou cada dia com viaturas estacionadas em um local. Ou um sistema de câmera na Independência com a Garibaldi, ponto de escoamento de táxis da rodoviária, ambulâncias, viaturas de polícia ou bombeiros.
> Trânsito: a Independência tem seu pico de movimento coincidindo com o recolhimento de lixo por carroças. A ideia é a proibição do tráfego desse tipo de veículo na via em questão nos horários de movimento.
> Iluminação: na Independência e adjacências, a iluminação é projetada para o centro da rua. As calçadas arborizadas têm necessidade de iluminação mais eficiente.

AS PROPOSTAS DE ATIVIDADES COMUNITÁRIAS
> Passeios: aos sábados pela manhã, a comunidade poderia caminhar da Praça Dom Sebastião à Júlio de Castilhos. As farmácias fariam controle da pressão arterial, e as academias poderiam ajudar com recomendações.
> Ambiente: com a colaboração de órgãos públicos, poderia ser feito um projeto paisagístico a ser adotado pelo comércio da zona.
> Educação: palestras nas escolas sobre ecologia, lixo e respeito ao patrimônio público e privado. Poderiam ser feitos passeios para conhecer o bairro e sua história. Cursinhos pré-vestibular se prontificaram a colaborar.
> Ação cultural: poderia-se pedir que a Secretaria de Turismo inclua, no itinerário do passeio turístico de Porto Alegre, a Avenida Independência

ZH Moinhos


LEITOR REPÓRTER
Para a Independência reviver
Moradores da avenida e das ruas Garibaldi e Santo Antônio se unem para pedir mais segurança, iluminação e melhorias no trânsito

- Texto enviado por Marilia Cardoso, moradora da Rua Garibaldi .

“A Avenida Independência foi um caminho que surgiu espontaneamente, como uma das saídas da vila de Porto Alegre para a Aldeia dos Anjos (atual cidade de Gravataí). O bairro Independência se caracteriza por construções arquitetônicas invejáveis.Igreja Nossa Senhora da Conceição, Beneficência Portuguesa, Colégio Rosário, Casa Torelly, Casa Godoy, Palacete Argentina, Restaurante Chez Phillipe, tudo isso convivendo muito bem com a modernidade. Harmoniosamente, podemos conviver, mas se descaracterizarem a Avenida Independência, ela expulsará seus antigos moradores e se tornará só um corredor para os bairros novos.Foi assim, ouvindo antigos moradores saudosos, que contam as aventuras da Avenida Independência, lendo Camilo Mortágua (de Josué Guimarães), querendo descobrir entre os casarios a casa que ele narra e comovendo-nos com as senhoras que, com suas bengalas, choram ao passar em frente dos casarios, que resolvemos lutar pela preservação da Independência.O Movimento Reviver Independência tem por objetivo preservar o bairro, visando a valorizá-lo no que ele tem de melhor, para que sua história não seja esquecida. Temos de florir o bairro e as calçadas para que todos, principalmente os idosos, possam passear. Precisamos preservar os casarios, esses casarios antigos que contam a história e não podem ser simplesmente demolidos, nem entregues a especuladores que nada têm a ver com essa história.Pessoas desrespeitam o bairro e se aproveitam da fragilidade dos moradores, em assaltos em pleno dia e não permitem, por tumultos, gritarias e vandalismo, o sossego à noite. Os melhores comerciantes já estão se afastando, deixando lojas fechadas. Perigo para o bairro, pois é mais um ponto visado por exploradores.Mendigos se alojam embaixo de nossas marquises. Ficamos com pena e nada fazemos. Então, vêm mais outros e, com eles, as bebedeiras, as badernas, as necessidades fisiológicas em nossas portas. E como podem funcionar lojas, comércio e hospital com o mau cheiro constante, obrigando-nos, todas as manhãs, a lavar e desinfetar a rua?Aguardamos com ansiedade nossos filhos, que chegam da escola à noite. As pessoas que voltam das missas das 18h já têm medo de frequentá-las. Se sairmos para trabalhar, temos medo ao sair e ao voltar. Afinal, quem são eles, que nos impõem tanto medo? Quem somos nós, que pagamos Imposto de Renda, imposto da prefeitura, luz da rua, condomínio, porteiro, vigilantes etc.Será que estamos pedindo muito? Não! Só estamos pedindo segurança! Se nos derem segurança, podem ter certeza que a comunidade trabalhará para que a Independência, novamente, possa sorrir!”

Um Triste Casario da Independência

Um lindo casario...Um destino cruel!

Reviver Independência

Movimento
“Reviver Independência”

Nasci e me criei numa casa, no bairro Menino Deus. Essa casa pode-se dizer, era o “Quartel General”, onde se encontravam os jovens, idosos e crianças. Os jovens para os “Bailinhos” ou “Reuniões Dançantes”; as crianças, para jogos e correrias; os velhos para um carteado. Lá, havia reuniões dançantes, ao som de “potentes” Long-plays de vinil, nos fins de semana; as crianças, em apostas de bicicletas (só uma voltinha na quadra); os idosos, nos campeonatos de Escova, com direito de medalha, ao campeão; e para todos e, principalmente aos parentes... churrascos, muitos churrascos, com cantos líricos, graças a meu tio Higyno, tenor, e nós o acompanhávamos em canções italianas, parte de algumas óperas e músicas do cancioneiro popular .
Tudo era festa na casa do Dom Gute.
Quando fui para a PUC, na época, no Colégio Rosário, conheci mais de perto uma parte da Independência; com sua lojas finas; senhoras com jóias, lindas perucas, lindas roupas, lindos sapatos, passeando; seus casarios de estilo e não posso esquecer o chopinho no Bar Líder, no fim das aulas, à noite...
Tudo era festa na Independência.
Passa-se o tempo e venho morar neste bairro, mais precisamente na Rua Garibaldi, e o que encontrei não tinha mais nada daquele charme da Antiga Independência... Os casarios estavam abandonados e muitos já demolidos, o bar Líder não existe mais...ficou tudo só na lembrança.
Foi assim, ouvindo antigos moradores saudosos, contando as desventuras da Avenida Independência, comovendo-me com as senhoras que, com suas bengalas, emocionavam-se ao passar em frente desses casarios, que resolvemos lutar pela preservação da Independência.
O Movimento “Reviver Independência”, tem por objetivo preservar o Bairro, visando valorizá-lo, no que ele tem de melhor, para que sua história não seja esquecida.
Temos que procurar florir o bairro, melhorar calçadas para que todos, principalmente os idosos, possam passear. Precisamos preservar os casarios, estes casarios antigos que contam tanta histórias e não devem ser simplesmente demolidos nem entregues a especuladores que nada têem a ver com esta história.
Vamos Revitalizar a Independência para que possamos novamente sorrir.

Reviver

Reviver

Doze horas...
O sino da Igreja da Conceição toca melancólico...
Fecho os olhos para sentir a volta ao passado...
De repente, vejo a algazarra feliz das crianças do Rosário...
Afinal é o fim das aulas.
Uma criança chora: Alguém novo chegou na Beneficência
Alguém grita: -Cuidado o bonde!!
São as crianças “pegando" o bonde andando,
Os velhos suspiram: Que perigo...
Na Casa Torelli o Marques
Conta suas histórias
A Casa Godoy recebe uma ilustre visita...
Que movimento lindo!
Abro os olhos e não gosto do que vejo...
Fecho rapidamente e peço:
Toca sino,
gritem crianças,
chore bebê,
pois que a Independência eu quero
Reviver.