quarta-feira, 7 de setembro de 2011



Demorei para colocar esta postagem , pois um dos comentário foi muito agressivo. Muitas vezes nem ligo para o fato , pois sempre digo: quem sabe faz...quem não sabe critica.

Corvo ou urubu



8 de julho de 2011


Por Marília Cardoso, Conselho de Blogueiros do ZH Moinhos

Gosto de olhar o voo dos pássaros. Cedo, as garças, com sua cor branca, tão delicadas, fazem um voo suave, elegante e sincronizado. Partem do Arroio Dilúvio e vão em direção a algum banhado do outro lado da cidade. Se o dia estiver claro, com o sol surgindo, com certeza vamos ouvir uma baderna: são as caturritas e papagaios que, aos pares, fazem a festa. Os papagaios preferem locais bem altos para pousar e chamar o grupo, procurando lugares que lembrem seu antigo habitat. Eles atravessam a cidade em busca de árvores, sementes e, principalmente, água. As caturritas não são tão barulhentas, mas, se elegerem uma palmeira como preferida, vão aterrissar e fazer um bom estrago. Compensa ver toda essa alegria por simples coquinhos.

Há anos passados, não era muito fácil encontrar essas aves nas cidades. Elas habitavam os lugares mais primitivos ou onde havia matas, insetos, frutos, sementes e água. Isso bastava para sobreviverem. Mas alguém não obedeceu à ordem natural e começou um desmatamento desenfreado, pela ganância e ignorância. E essas aves começaram um êxodo em direção à cidade. Hoje, estão perdidas nessa cidade, e seus gritos, antes de alegria, são gritos de socorro.
Nós sentimos que é hora, também, de pedirmos socorro, pois esse festival colorido toma um aspecto com outra tonalidade. Em voos que nos enchiam os olhos de alegria, hoje nos deixam receosos, pois, em nossas janelas e sacadas, o visitante é outro. Com seu voo quase planador, urubus, que alguns chamam de corvos, abrem suas asas de tão grande envergadura que nos deixam com medo.


Por que essas aves estão rodeando nossos prédios? Elas também gostam de frutas e sementes, mas não rejeitam uma sujeira ou uma carniça. Por que, então, essas aves, de gosto tão estranho, estão nos rodeando? Por que elegeram a Avenida Independência? Onde estão as sujeiras, lixos e carniças que elas tanto gostam? Devem estar aqui.
Aqui por perto deve haver locais de reciclagens de lixo, onde as pessoas tiram o ouro (garrafas pet, papelão, latinhas) e deixam a podridão das fraldas descartáveis, restos de comidas e dejetos em qualquer lugar. E não muito longe, temos catadores usando calçadas para separar o lixo. Outros usam o lixo como desculpa para se fixarem nas calçadas. Muitos moradores e comerciantes cooperam com essa situação, deixando seus resíduos nas calçadas, escorrendo líquido fétido, resultado de restos mal embalados.

Hoje, essas aves estão em nossas janelas e sacadas. E amanhã? Descerão, se continuar esse desleixo, e, como as pombas que muitos alimentavam (hoje se sabe que carregam com elas doenças), mostrarão a que vieram. Lembrem-se, tem um ditado que diz: “não alimente corvos, pois um dia ele vai te comer os olhos…”


Deixem o lixo nas calçadas e um dia eles tomarão conta de nossa cidade....
Contêineres e cidadania
15 de julho de 2011

Por Marília Costa Cardoso, Conselho de Blogueiros do ZH Moinhos

Se eu pudesse pedir um presente, pediria um sapato de Florença, quem sabe um traje de Milão ou o último modelo em óculos italianos. Não vou ganhar nada disso, mas, pelo menos, vou ter na frente de minha casa um contêiner italiano. Imaginem um contêiner com grife. E aí, fica no ar uma pergunta: por que tem que ser italiano? Não temos estes mesmos modelos de fabricação nacional?

Se o modelo italiano fosse um sapato, ele poderia ficar apertado, mas mesmo assim valeria à pena. Mas e se esses contêineres não servirem para as nossas necessidades? O que fazer com eles? É uma questão de valores? Eles são mais baratos que os nossos?

Parece brincadeira, mas esse caso dos contêineres colocados permanentemente nas ruas serve para Lisboa, Madri, Paris, mas aqui vai ficar “um sapato apertado”.
Sabem por que estou dizendo isso? Porque conheço nossa cidade, já morei em casa e condomínio e sempre a mesma situação: não há consciência de grupo, de comunidade. Muitas vezes vi pessoas com seus sacos de lixo colocando na frente da casa do vizinho. Já vi gente colocando guarda chuvas nos antigos coletores de lixos dos edifícios e este, ao abrir dentro do conduto, ficou com todo o lixo depositado sobre ele, quando foi ligado o incinerador, houve um princípio de incêndio.
Da para acreditar em quem faz estas sujeiras?

E agora, acham que as pessoas mudaram? Aprenderam? Acham que os que sabem que a coleta é noturna e colocam o lixo a qualquer hora na calçada vão mudar? E os que colocam lixo onde cai água dos condicionadores de ar, ficando essa sujeira escorrendo pela calçada, será que vão mudar seus hábitos? E os que fecham o comércio, colocando o lixo misturado, seco e molhado, na rua, e vão embora, não se importando com a sujeira que os catadores vão fazer. Agora vão se conscientizar? Irão separar o lixo? Acreditam que os usuários de casas noturnas vão colocar seus copinhos lá dentro, direitinho?


Há algum tempo, tivemos nas calçadas um tipo de “contêiner nacional”. Era todo de tela e chaveado. Só era aberto, pouco antes de passarem os lixeiros. De um momento para outro, foram proibidos e retirados. Foi problema de acessibilidade? De sujeira? Como vão escorrer os resíduos líquidos? Existe um duto, ou esses líquidos vão ficar lá dentro, fechados e fedendo? Não vão ser um foco de proliferação de baratas e ratos? Esses “italianos” vão ficar onde? Na frente de casas e edifícios? Qual o critério para a colocação? Como são escolhidos os locais para a colocação dessas lixeiras? Como vão ficar os apartamentos que ficarem junto a esses contêineres? Vão ter que respirar essa sujeira, a sujeira dos outros? E as calçadas? Falam em lavar. Da para acreditar que quem faz esta sujeira vai colocar tudo diereitinho no contêiner?

Lavar as calçadas? Os contêineres? A que horas será esse serviço? Quantas vezes por semana? Quantas vezes por semana será recolhido o lixo destes vasilhames?
Falam em lixo orgânico, mas podem ter certeza, vai aparecer lixo de construção, reciclável, hospitalar, pilhas, óleos e muitos outros.

Não é ser derrotista, mas depois desse vandalismo de colocar sabão em pó no chafariz da Praça Júlio de Castilho, não dá para confiar. O que acontecerá com esse contêiner obstruindo a visão geral da rua? Servirá de esconderijo, de mictório e pior, brincadeiras de vândalos que vão fazer todo o tipo de ações perigosas.

Não sou contra a colocação desses contêineres, já vi em diversas cidades o respeito das pessoas e o cuidado nessa tarefa. Antes desta ação, deveria haver uma orientação, através de fôlderes, palestras em escolas, nas comunidades envolvidas, orientações em lugares públicos. Muitas pessoas fazem o errado por não saberem o certo. Então, antes de tudo, educar, orientar, demonstrar, esta é a melhor saída para problema de limpeza urbana. As cidades europeias deveriam servir de exemplo, de cuidado com sua comunidade, limpeza de suas ruas e principalmente pela coerência nos serviços prestados. Não temos que importar seus materiais, mas suas atitudes. Temos que partir para programas de limpeza urbana onde cada um cuide de sua parte, seu lixo, e assim da saúde de todos.


Úrsula Petrilli, que usa todos os dias a Av. Independencia, sentiu a falta de respeito dos motoristas, com outros motoristas e principalmente com os pedestres. As mudanças no transito desta região, sem o devido aviso e fiscalização, fez com que as pessoas sintam medo de atravessar certas ruas e principalmente pelo constrangimento quando são ofendidas. E aos motoristas o direito de fazer tudo, pois sabem que não serão punidos. Deixamos bem claro, que os carros que aqui transitam não são “carroças”, são carros, muitos deles importados, mas cujos motoristas não trouxeram junto com as marcas que tanto cobiçam a educação dos motoristas de outros países. Ficando sempre com aquela marca, que a “educação não se aprende na escola”, ela vem de berço, e hoje muitos berços dão dinheiro para poder possuir um bom carro , mas não dão o principal: Educação.
O Vizinho
18 de julho de 2011
Úrsula P. Dutra Christini, Conselho de Blogueiros do ZH Moinhos

Há muito tempo, ouvi falar que as pessoas descarregam sua agressividade no trânsito. Quando estão na direção de um carro, simplesmente se transformam. Ficam sem paciência a um mínimo sinal de “lerdeza” do motorista a sua frente. Luz alta, buzinadas, isso é o que você vai receber se demorar três segundos a mais para arrancar o veículo, seja no sinal, seja em um engarrafamento. É assim que, infelizmente, as pessoas estão transformando nosso trânsito.

Na Avenida Independência, por exemplo, podemos encontrar alguns desses motoristas. E foi em uma dessas passadas pela Independência que fiquei pensando que esses motoristas podem ser os nossos vizinhos. Quando você está fazendo o trajeto para casa, a chance de encontrar seus vizinhos no caminho é grande.

Já pensou, você “atucanado” para chegar em casa, dando luz alta no motorista da frente, ultrapassando alucinadamente aquele motorista que ficou trancando o trânsito e, minutos depois, você o encontra entrando na garagem do seu prédio?
Pois é, então, não tem jeito. Não sabemos quem é o motorista que está a nossa frente, atrás ou do lado. Pode ser nosso vizinho, nosso irmão, nosso chefe, nosso cliente, nosso desconhecido. Seja quem for, a boa educação e a segurança no trânsito sugerem paciência com ele.

Vamos exercitar mais a nossa paciência ao entrar no carro. Não julgue o motorista a sua frente. Lembre-se, ele pode ser o seu vizinho!







O Caso da Rua Tiradentes
Por Marília Costa Cardoso


Quando foi proposta a possibilidade de passagem dos carros da Ramiro Barcelos, cruzando a Protásio Alves, sabíamos das dificuldades que iríamos ter com congestionamentos junto à Avenida Independência. Mas essa mudança tinha como objetivo tornar o trânsito mais ágil no bairro Bom Fim, aumentando a possibilidade de tráfego entre as regiões leste e norte da Capital. Até aquele momento, a proposta parecia boa, e os moradores pareciam estar satisfeitos.

Mas o que parecia sonho virou pesadelo: o número de carros na região passou de 15 mil para 22 mil por dia. Em 9 de julho, a própria comunidade realizou protestos contra a insegurança que essas mudanças trouxeram, devido à imprudência, o excesso de velocidade no cruzamento (Protásio com Ramiro) e à tranqueira que estava acontecendo na Ramiro Barcelos, com a liberação dos estacionamentos dos dois lados da rua, ficando só uma faixa para os carros. Congestionamentos que, em algumas horas, chegavam a impedir a entrada ao estacionamento do Hospital de Clínicas. E a Independência também começou a sentir lentidão em algumas horas, devido ao grande número de carros que agora cruzam a avenida.

Desde que foi proibida a passagem dos carros que trafegavam na Avenida Independência em direção à Cristóvão Colombo, pela rua Santo Antônio, estes tiveram que ir por esta avenida até a Praça Júlio de Castilho e só lá fazer o contorno para descerem a Ramiro. Novamente, carros pela Ramiro. A situação já estava difícil, com tranqueira de carros (a partir das 16h, a situação piora), quando houve o pedido para abrirem a saída do novo estacionamento do Shopping Total pela Rua Tiradentes (espaços para 546 vagas/carros) e mais uma mudança, também na Rua Tiradentes, ficando com duas mãos entre a Rua Ramiro Barcelos e a Rua Doutor Vale, cuja justificativa foi o grande movimento do Hospital Moinhos de Vento.

Como esta via comportaria todo este trânsito?

Hoje, para quem desce a Ramiro Barcelos, no cruzamento com a Rua Tiradentes, é permitido entrar à direita e receber o fluxo dos carros que vem da Rua Tiradentes (à esquerda). A nova proposta coloca, também, a saída da Rua Tiradentes (lado direito-Hospital Moinhos de Vento) em direção à Ramiro e a saída do novo estacionamento do shopping. Esse cruzamento já é difícil, pois há uma tendência, por precaução, cuidado, necessidade ou instintivamente, de diminuir a velocidade neste ponto e, novamente, tranqueiras. A tentativa de, nessa confluência, permitir os dois lados da Rua Tiradentes de entrarem na Ramiro é simplesmente irreal. Aí, sim, vamos conhecer o que é confusão. Pior, não pensaram no pedestre, onde ele vai atravessar, com todo este trânsito? Sinaleiras? Faixa preferencial ao pedestre? Onde?



Na Rua Ramiro Barcelos, junto ao Colégio Bom Conselho e ao Hospital Moinhos de Vento, a descida é muito acentuada, representando um risco à tentativa de colocar uma sinaleira, pois os carros na descida poderiam não conseguir frear, e acidentes e mais acúmulos de veículos poderiam acontecer.

É hora de repensar essas mudanças. Não existe melhor conselheiro que o povo, consultem o povo, ele está sempre na rua e conhece cada detalhe. Essa não é uma mudança para ser feita em gabinetes, pois muitos serão os prejudicados.
Muitas vezes, temos de concordar, mesmo sabendo que essas mudanças não trazem aos moradores nenhuma vantagem, bem o contrário, só prejuízo. Muitas dessas mudanças são necessárias para o desenvolvimento da cidade, aí, esquecem-se os direitos, e usa-se o bom senso. Mas quando se trata de interesses privados, que podem muito bem achar outras soluções, não podemos ceder, pois, em nossa cidade, deveríamos cuidar do bem viver dos moradores, para que possam ter qualidade de vida, que o interesse maior, seja a população e não interesses que acabam expulsando os moradores das regiões que um dia cada um escolheu para viver. Compensações por essas falhas e mudanças que causam problemas, nunca aparecem, portanto não dá para acreditarmos em promessas.

Abaixo, parte da ata da RP1 do dia 2 de junho, para que se saiba o que deseja a população:

“Na discussão sobre a Rua Tiradentes, a opinião do plenário foi, em princípio desfavorável, ao projeto da EPTC, não apresentado por ocasião da discussão do projeto da garagem do Total ao plenário da Região. Esse projeto, consta do arredondamento de algumas esquinas, derrubada de árvores e implantação de duas mãos na Rua Tiradentes, a partir da Ramiro Barcelos para o norte. Como avaliaram os moradores da Independência presentes (Marilia, Ana Lucia, Leon), a situação da Ramiro, uma das ladeiras mais íngremes da cidade, já é difícil agora, e só se complicará com os novos fluxos da Tiradentes de ambos os lados daquela rua, oferecendo muito riscos de colisões e acidentes graves. Segundo a EPTC, não haverá semáforo no local, apenas faixas de pedestres, mal situadas na planta, que deixarão o pedestre extremamente exposto. Foi sugerida uma audiência pública sobre o assunto. Tania lembrou aos moradores que foi provada a existência de um termo de ajuste de 2005 para compensações ambientais, que não foi cumprido, depois foi negado, e por fim confirmado pela própria SMAM, e que essas compensações poderiam, talvez, ser negociadas em termos de alteração da proposta viária apresentada”.